sábado, 22 de dezembro de 2007

Homenagem à equipe do barzinho


Neste último post do ano, quero deixar meu agradecimento e o meu abraço a todos que trabalham neste universo paralelo chamado "barzinho". É o pessoal que divide com os músicos todas essas histórias bizarras, que, muitas vezes, pedem músicas, aplaudem, conversam, ouvem desabafos, enfim, nossos parceiros da noite!


Muito obrigada aos garçons, aos cozinheiros, aos manobristas, às hostess, faxineiros, barmans e barwomans, caixas e gerentes. Obrigada aos donos de casa que merecem este agradecimento - tenho tido a sorte de poder agradecer por trabalhar com pessoas boas e corretas, pois sabemos que nem todos são assim.


Então, neste final de ano em que o barzinho está em polvorosa com trocentos amigos secretos, confraternizações de todos os tipos de amigos, famílias e colegas de trabalho (para citar o Homem do Baú), fica o meu abraço e meu agradecimento a toda a equipe dos bares da vida!


Valeu, pessoal!


Em tempo, excelente Natal e um 2008 pleno de sucesso a todos na Vida e na Arte!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A banda errada, na hora errada, no bar errado - cap. 3

Nos capítulos anteriores, vimos que a banda Supernova, de rock psicodélico estilo Mutantes estava numa total enrascada: marcaram um show num bar gótico e, àquela altura do campeonato, tinham certeza de que iam tomar garrafadas na cabeça que nem o Carlinhos Brown alguns dias antes, no Rock in Rio.

Depois de subirem um andar de escada com os três amplificadores, a bateria completa e todo o equipamento, acenderam a lâmpada pendurada num soquete, na qual o baixista batia direto a cabeça. O camarada da outra banda disse que iria trazer um super sintetizador, mas, por via das dúvidas, levaram o seu telcadinho velho de guerra e deixaram tudo pronto.

Começou a chegar a galera.

TODO MUNDO de preto, da cabeça aos pés. E o pessoal da Supernova sempre se apresentava com as roupas mais coloridas possíveis, que tinham tudo a ver com o espírito da banda. Ficaram parecendo a caixa de cores do Paintbrush. O pessoal olhou com curiosidade: o que aqueles arco-íris estavam fazendo lá?

Felizmente, a galera era totalmente da paz e foi super receptiva, apesar de não ser o estilo de som que eles estavam esperando ouvir. E, quando a Supernova cantou sua versão de "Flores Astrais", do Secos e Molhados, todo mundo adorou.

E, no fim, a banda se divertiu pra caramba no palco... e dançando vários hits do rock dos anos 80 e 90 no fim da noite!


EPÍLOGO 1

A outra banda chegou pouco depois do início do show da Supernova. Completamente chapados, mal conseguiram ligar seus instrumentos. O "super sintetizador" que o "nóia" levou... era um piano de brinquedo (coraaaaaaaagem!!!) e, quando o guitarrista da Supernova perguntou se o camarada sabia que era um bar gótico, que, teoricamente, não tinha nada a ver com as bandas, o cara respondeu:

- Éééééééé... sente a energia!

EPÍLOGO 2

Os pais da vocalista decidiram passar no barzinho para prestigiar a filha, saindo de um jantar de luxo. O que poderia ser mais surreal do que a visão de dois quarentões em traje de gala entrando naquele lugar? Não ficaram nem dois minutos e, por pouco não arrastaram a filha... mas acabaram se convencendo de que o show não pode parar.

domingo, 16 de dezembro de 2007

A banda errada, na hora errada, no bar errado - cap.2

No capítulo anterior (post logo abaixo deste), vimos que a banda Supernova estava na porta de um bar suspeitíssimo, desconfiando seriamente de que havia entrado numa grande roubada. Comecemos este último capítulo contando como eles tiveram certeza de que tinham se dado mal.

Depois de duas horas e quinze minutos do horário combinado, o dono do bar (o qualquer coisa que o valha) chegou. Eram 23:15 e o sujeito usava óculos escuros e um sobretudo preto (lembrem-se de que estávamos em janeiro) e travou-se o seguinte diálogo:

- Quem são vocês?
- Muito prazer, somos da banda Supernova, vamos abrir o show do pessoal da...
- Que show? Vocês vão tocar aqui?
- Sim, falamos com o vocalista da banda...
- Mas essa outra banda vai fazer show aqui? Quando?
- Hoje à noite, o senhor não lembra??????
- Deixa eu abrir o bar e olhar na agenda, então.

Vocês têm a trilha de "Psicose" em mente? Então, por favor, mentalize-a em um volume bem alto. Caso não tenha a de "Psicose", pode substituir por "A hora do pesadelo", "Sexta-feira 13", "Carrie, a Estranha" ou "Poltergeist".

Abre-se a porta de aço.

Um cheiro de mofo faz os quatro integrantes da banda espirrarem em perfeita sincronia.

Quando o dono do bar tira seus óculos escuros e pega a agenda pra ler, a banda entende o porque do atraso (e da lerdeza) do cidadão:

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaah... aqui... a banda... pô, foi mal, eu fumei um e tô meio balão...

Um? Ele devia ter fumado uns quinze, mas aquilo não vinha ao caso. A banda correu para o carro, sem saber se estariam mais seguros dentro ou fora do bar. Vamos ao cenário.

Imaginem uma festa de Halloween com todos os apetrechos típicos: abóboras, caveiras, teias de aranha, morceguinhos de papel, muitas velas (que eram a base da iluminação do local), muita poeira, tábuas soltas no chão e um mofo desgraçado. Agora imaginem que essa decoração é do Halloween de 1987 e permaneceu intocada e nenhum filho da mãe passou um espanador no lugar. Três integrantes viraram para o guitarrista e, delicadamente, desabafaram:

- Carlos, seu débil mental!!!!!!!! Como você me marca um show de uma banda psicodélica num bar gótico???????????? SUA BESTA!!!!!!!!!!!!!!!!
- Pô, eu não sabia!!!!!!!!! Achei que era um bar de rock, normal... afinal o pessoal da outra banda também é de rock sessentista!!

Bom, já que tinham abraçado o capeta, resolveram fazer um city-tour pelo inferno.

Continua no próximo (e último) capítulo

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A banda errada, na hora errada, no bar errado - cap. 1

Noite de 19 de janeiro de 2001. Um Chevette e um Gol (ambos bem xexelentos) estão parados num beco em frente a um sobrado (mais xexelento ainda), no bairro do Belém. Os quatro ocupantes dos carros ouvem a transmissão do Rock 'n' Rio 3 na Brasil 2000 FM, na expectativa para o show do Iron Maiden. Afinal, não havia razão para desespero: eram quase 23:00 e estavam num lugar, escuro, deserto, cheio de instrumentos e equipamentos nos carros, com uns tipos suspeitos passando e o desgraçado do dono do bar, que marcou de estar lá às 21:00 ainda não dera as caras.

Mas quem eram eles e o que faziam lá?

Elementar: eles eram a banda Supernova, e estavam esperando para abrir o show de uma outra banda que conheceream em virtude da coletânea "Brazilian Pebbles" da Baratos Afins, da qual ambas participaram. Foi o guitarrista desta outra banda que procurou o líder da Supernova e ofereceu a oportunidade e fechou o negócio. Mesmo sabendo que haveria apenas uma ajuda de custo (e olhe lá), o pessoal se empolgou bastante com essa chance: afinal, o Supernova era uma banda de rock psicodélico totalmente sessentista fazendo som próprio - e tinha mais é que aproveitar todas as oportunidades para divulgar sua faixa na coletânea do selo que é tradicionalmente reconhecido como defensor do bom e velho (quanto mais velho melhor) rock 'n' roll. Então, eles pegaram suas roupas coloridas, seus instrumentos, e rumaram para o barzinho.

Chegaram ao bairro do Belém sem a menor dificuldade. Entretanto, na hora de achar a rua, começaram a dar voltas e mais voltas... e nada. Pararam pra perguntar no posto de gasolina e o frentista explicou onde era e mandou:

- Têm certeza de que vocês vão nesse beco?

Só pra confimar, perguntaram mais uma vez o caminho a um taxista que passava. Ele explicou e disse:

- Têm certeza de que vocês precisam ir lá a essa hora?

Sim, eles tinham duas certezas: a primeira é que eles preicsavam ir e a segunda é que eles tinham se estrepado de verde e amarelo. Enfim, já que estavam no inferno, nada mais restava senão abraçar o capeta. Toca procurar o número do bar. Nada. Letreiros? Nada. Perguntaram para a tia do cachorro-quente que estava parada em frente a um sobrado caindo aos pedaços:

- Por favor, a senhora sabe onde tem um barzinho de rock por aqui?

- Sei sim. É aqui mesmo.

Continua no próximo capítulo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Nossa canção

No intervalo, a cantora encontrou um casal de velhinhos:


- Meus parabéns! Que voz linda você tem! Que grande prazer ouvir você cantar!

- E eu adorei o seu repertório!

- Muito obrigada! Puxa, muito obrigada mesmo!

- Eu e minha esposa freqüentamos bastante esta cervejaria, mas é a primeira vez que vejo você aqui...

- E, realmente, é a primeira vez que toco aqui!

- Então, seja bem-vinda! Você estará aqui semana que vem?

- Espero que sim!


Nisso, a senhora pediu licença, pois precisava ir ao banheiro. Aproveitando o momento, o senhor dirigiu-se à cantora:


- Posso fazer um pedido de música?

- Claro! O que o senhor quiser!

- Quero fazer uma surpresa para minha esposa semana que vem... pois faremos 35 anos de casamento!

- Meus parabéns, que lindo isso!

- Obrigado! Mas então, eu gostaria de dedicar a ela a canção que estava tocando quando eu me enchi de coragem e a pedi em casamento. É "Nossa Canção", do Roberto Carlos, você conhece?

- Não, mas prometo que vou pesquisar e...

- Opa, ela está voltando...


E a cantora também tinha que voltar para a segunda entrada.


Raramente acontecia de alguém que pedia uma música para a próxima semana voltar para o barzinho, mas o pedido foi tão especial que, pelo sim, pelo não, resolveu tirar a música.


E fez muito bem de seguir sua intuição pois, na semana seguinte, lá estava o casal.

Uma piscadela cúmplice para o maridão apaixonado já deu a entender que estava tudo certo. E, quando a cantora recebeu o sinal, começou a cantar: "Olha aqui, preste atenção, esta é a nossa canção...".


A esposa arregalou os olhos. O marido, apaixonado, segurou a mão dela e cantou a música toda olhando nos olhos dela. Ela chorou de emoção. A cantora também...


Totalmente sem noção

Barzinho, duas amigas fazendo um som. Uma cantando e fazendo uma percussão de leve, outra ao violão, fazendo uns backin' vocals também. Muita música brasileira de diversos estilos e épocas, pessoal fazendo pedidos, curtindo bastante, aplaudindo. Uma sexta-feira típica dos happy hours paulistanos.

Na segunda entrada, a pedidos, rolou "Vapor Barato" - aquela versão acústica com o Zeca Baleiro cantando "Flor da Pele" e, em seguida, a Gal entra de "minha ráni-bê-í-bi". Um momento super intimista, uma música bela, lenta, forte, o público estava ligado, a interpretação fluindo lindamente quando, no meio (eu disse NO MEIO) da segunda estrofe acontece:

- PARABÉNS PRA VOCÊ! NESSA DATA QUERIDA...

Uma mesa grande, na lateral do bar, aparece com um bolo de aniversário e mata com 15 tiros, 5 facadas e uma cuspida o clima todo da música. O bar inteiro olhou torto, o pessoal do aniversário nem aí. As musicistas se entreolharam, compartilhando aquele momento tão broxante de construir um tremendo clima, atrair a atenção do público geral, perceber a atenção do público e, de repente, tudo afundar num "Parabéns a você" inconveniente.
Custava mandar um guardanapo, pedir pra alguém avisar as moças da música para tocar o "Parabéns" depois que acabasse aquela canção? Não! Tinha que ser no meio da música, claro!

E não parou por aí: emendado ao parabéns veio o "Hino do Corinthians" e uma outra ode ao rebaixado Timão.

Finda a balbúrdia, a vingança da violonista:

- Terrível engano, pessoal! Hoje sexta, dia de Corinthians é só SEGUNDA!

Morreu o assunto "futebol" e o show prosseguiu sem mais interrupções.



quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Parabéns, Sabá!


O post de hoje é em homenagem aos 80 anos de um grande mestre: Sebastião Oliveira da Paz, o Sabá, um dos maiores contrabaixistas do país e a quem eu tive a imensa honra de ter como primeiro (e maior) mestre.

Sabá foi ninguém menos que o baixista do Jongo Trio - o conjunto que acompanhou Elis Regina e Jair Rodrigues em Dois na Bossa. Há ainda uma lista de grandes nomes com quem Sabá tocou ao longo de mais de 60 anos de carreira: Araquém Peixoto, Mônica Marsola, César Camargo Mariano, Taiguara e vários outros.

Há cerca de 18 anos, uma pirralhinha de 7 anos chegou para o senhor que tocava violão na missa das 11:30 e pediu:

- Tio, me ensina a tocar violão?

Ele topou, não cobrou absolutamente nada e teve toda a paciência do mundo com a pirralhinha, que nem alcançava o pé no chão quando sentava no banquinho pra tocar. Mas a pirralhinha tinha força de vontade e algum jeitinho pra música e a coisa foi progredindo.

A menininha e sua família só foram descobrir que o Sabá era um músico de grande importância no cenário da música brasileira muitos anos depois, ao verem fotos de shows em sua casa. Sempre humilde, nunca vangloriou-se, nunca contou vantagem. Um homem que sempre economizou nas palavras de seus feitos e esbanjou sorrisos. Humilde até quando a pirralhinha, hoje com 26 anos, musicista profissional e autora deste blog, ligou para cumprimentá-lo!

Obrigada, mestre!

Deixo este link com uma excelente reportagem de Carlos Calado para todos que quiserem saber mais da história deste grande homem:
http://cliquemusic.uol.com.br/br/Resgate/Resgate.asp?Nu_materia=1769

Parabéns, Sabá!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Quando a culpa também é do músico

Não adianta dizer que todos os contratantes são monstros aproveitadores e sem coração e que todos os músicos são profissionais que cumprem exatamente com todas as suas obrigações. A balança pesa para os dois lados e, se existe quem contrate músicos sem nos uma condição legal de trabalho, existem também um sem-número de (maus) profissionais da música que não fazem por merecer.


Mancadas de todo tipo estão no repertório: atrasos, intervalos muito maiores do que o necessário, abuso na cerveja na hora do trampo, chegar sem os equipamentos necessários para o show, indelicadezas com os clientes, furto de equipamentos... etc. Colocando-se no lugar do dono do estabelecimento, como não adotar medidas de restrição às liberdades do músico dentro do local depois de ver que uns dois ou três roubaram o seu pedestal de microfone? Como não colocar um limite na comanda depois que uns três ou quatro gastaram mais de cem reais em uísque, caipirinha, etc.? Continua sendo um erro a generalização de que todo músico é assim, mas em muitas vezes a gota d'água dessa relação de desconfiança é derramada por músicos pilantras (e não são poucos).


Mas a principal mancada ocorre cada vez que um músico desvaloriza o seu trabalho para ganhar uma gig... muitas vezes passado a perna em outro colega.


Em termos comerciais, nada mais é do que lei do mercado: existe uma concorrência e vence aquele que vender a mercadoria pelo menor preço. Também não existe, teoricamente, nada de ilegal nessa prática. Mas não é o fato de não ser ilegal que torna uma prática justa e, com o passar do tempo, esta lógica da "feira-livre" foi um dos fatores-chave que levaram à queda do padrão de cachês e estruturas.


Há muita coisa para se repensar no barzinho...







segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Bêbados narradores

Um dos grandes clássicos do barzinho é o cara que "narra" a música.

Geralmente, a "saga" começa por volta de 1:00 manhã, quando já deu tempo para o álcool fazer aquele tour básico pela corrente sangüínea e chegar à cabeça. Na maioria das vezes, começa quando o músico anuncia que vai fazer uma música pedida por alguém. Aí vem aquela inconfundível voz pastosa falando:

- ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ!!!!!! Essa é boa!!!!!!! Manda essa!!! Manda essa!!!!

Começada a canção, o figura "canta junto" marcando as sílabas apontando com o indicador para o chão (e, claro, segurando o copo com a outra mão), olhando para seus amigos e para o cantor. O "canta junto" está entre aspas porque, invariavelmente, o camarada troca a letra, canta antes ou canta depois, fazendo uma espécie de eco (que atrapalha o cantor toda a vida). Finalmente, antes do refrão ou uma parte mais conhecida, ele anuncia:

- AGOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORA!!!!!!

Da segunda parte da música em diante, ele, geralmente, fala o AGOOOOOOOOOOOOOOOORA antes de toda estrofe, podendo introduzir variantes como o COMÉQUIÉÉÉÉÉÉ e o VAAAAAAAAAAAI. Às vezes, a criatura dirige o olhar a mesas de desconhecidos, como que para conferir se todos estão cantando toda vez que ele grita suas "palavras de ordem" acima citadas. Se o pedido da música que está rolando foi feito por uma outra mesa que não a dele, certamente, nesse olhar ele tenta procurar o autor do bilhetinho, feliz da vida, cantando junto, grato por aquela pessoa ter pensado naquela canção e feito esse pensamento chegar ao cantor, buscando sua cumplicidade, mas nem sempre a encontra.

Já me aconteceu de receber um guardanapo de um casal com um pedido de uma música da qual não me lembro agora. Mas lembro perfeitamente que, quando a cantei, tinha um "Galvão Bueno" de plantão fazendo a narração de todas as frases, cantando-as antes de mim. A cara de desaprovação do casal dizia tudo. Depois que o "narrador" foi embora, o moço, educademente, dirigiu-se a mim dizendo:

- Você se importaria de cantar mais uma vez a música para nós a ouvirmos sem a interferência do "rádio em uma outra estação" que estava na mesa ao lado?

E eu cantei.

Tem uns que, de tão chapados, pedem para tocarmos mais uma vez a mesma música em seguida! E dá-lhe jogo de cintura para fazer a informação chegar ao alcoolizado cérebro do nosso personagem em questão.

Para encerrar, uma das mais clássicas das letras "comentadas": É hoje

É hoje

A minha alegria atravessou o mar e ancorou na passarela (ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ!!!!!!)
Fez um desembarque fascinante no maior show da Terra (Essa é boa!!!!!!!!)
Será (O QUE?) que eu serei o dono dessa festa (O REI!)
O rei (O REI! O REI!) no meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra (VAI!)
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera (O QUE)
Hoje é dia do riso chorar (AGOOOOOORA)
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar (EAÍ)
Contra o mau-olhado eu carrego meu patuá (LEVEI!)
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar (VAI!)
Contra o mau-olhado eu carrego meu patuá (ACREDITO!)
Acredito ser o mais valente (AGORA HEIN)
Nessa luta do rochedo com o mar (AGOOOOOORA)
E com o mar (COMÉQUIÉÉÉÉÉÉ)
É hoje o dia (DE QUE?)
Da alegria
E a tristeza (AGORA!!!)
Nem pode pensar em chegar (AGOOOOOOOOOOOOOOOOOOORA!)
Diga espeeeeeelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu (DIGA ESPELHO MEU!)



É, minha gente... a rapadura é doce, mas não é mole!