segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Guardanapos do fim-de-semana: 25 e 26/01

Outra especialidade da casa acrescentada: os Guardanapos da Semana.

Inspirado nos blogs Jacaré Banguela (com a campanha "JB's da semana") e Danosse (com a campanha "Mostra eu, Danosse"), o Blog do Barzinho traz os guardanapos e pedidos dos shows do fim-de-semana.

Os pedidos deste post foram dos shows de sexta e sábado no Dinossauros Rock Bar. "Linger", dos Cramberries, foi a campeã, com dois votos na mesma noite.




PS: Ah! Como eu me lamentei por ter jogado fora, na arrumação de julho passado, minha coleção de guardapos com pedidos de "Stairway to heaven", do Led Zeppelin, escritos com diversos erros! Como eu me lamentei! Essa foi uma das raras vezes em que o nome da música veio escrito corretamente.


Participe você também!
Músicos, enviem os pedidos que vocês recebem!
Galera, mande o seu guardanapo para a gente!

Segunda que vem tem mais!

Apertados no palco 2

Houve também o caso de um amigo de um amigo meu, baterista.

Na ocasião, a banda estava tocando num moquifo tão chinfrim que dividia o palco com uma reluzente banheira branca, co-protagonista do incrível concurso da "Gata Molhada" que acontecia num outro dia da semana (sentiram a "catiguria"?). Com tão ilustre "elemento cênico", o baixista não cabia no palco e tocava na porta do banheiro masculino que, aliás, não tinha trinco (vejam o que a gente passa nessa vida...).

Eis que, em um belo dia, o baterista, suando frio e branco feito uma cera, olha pro cantor e fala:

- Bicho, pelo amor de Deus, vamos fazer o intervalo! Eu tenho que fazer o número 2! (bom, ele não usou exatamente esse termo, mas vamos manter a elegância do blog.)

- Rapidinho, só mais uma!

Ele respirou fundo e tocou. Ao fim da música, o guitarrista emendou uma outra. A galera gostou e ele se desesperou:

- Gente, pára! Eu não tô agüentando!

Mas a banda não parou. Ele não sabe até hoje de onde tirou forças para seguir até o fim da música. Estava guardando as baquetas quando alguém emendou mais uma música.

Aí já era pedir demais. Ele largou a música no meio, derrubou um dos pratos da bateria, atropelou o baixista e entrou no banheiro.




PS1: Por incrível que pareça, a galera aplaudiu.



PS2: Moral da história: não adianta teimar quando a mãe natureza chamar. A Fergie que o diga.







sábado, 26 de janeiro de 2008

Apertados no palco


Aí está uma roubada pra ninguém botar defeito. Poucas coisas podem ser pior do que estar em um show apertado para ir ao banheiro. Se essa já é uma circunstância desagradável em qualquer situação, imagine em cima de um palco, onde todas as atenções estão voltadas para você!

Para cantores e instrumentistas de sopro, essa condição tem um agravante: a respiração diafragmática que é usada para cantar e tocar esses instrumentos pressiona diretamente a região da bexiga, apertando mais ainda o que já está bem apertado (isso vale também para as mulheres com cólica: dói uma barbaridade ao dar aquela inspirada fortíssima para lotar o diafragma de ar, pois também faz pressão no útero!). Um segundo agravante para o cantor: é preciso suspender os golinhos de água e agüentar a garganta seca até o tão esperado intervalo.

Uma amiga cantora já teve que assumir o microfone durante um show de amigos seus. Apesar dos insistentes pedidos do vocalista, a banda atacava sem dó - e justo as músicas do Led Zeppelin, que exigem uma respiração forte para alcançar os agudos. Não deu outra: ele saiu correndo na introdução de Born to be wild, jogou o microfone nas mãos da minha amiga e ela cantou a primeira metade da música. Depois, ele voltou com a expressão mais aliviada do mundo para prosseguir o show.

Depois que passa, a gente ri. Mas na hora...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Atitudes - por Rafael Puime

"Ele estava sentado em frente ao balcão, uma garrafa de cerveja na mão, um cigarro nos lábios, e perdido entre seus milhares de pensamentos. Não era isso que ele tinha em mente quando resolveu investir na sua carreira de músico. Um bar cheio de bêbados que mal ligavam pro que ele tocava ou deixava de tocar não era bem o lugar em que ele imaginava que estaria quando se lançou em sua aventura musical.E era justamente quando ele parava com o "show" e ia pro balcão, que ele se perguntava se era isso mesmo que ele queria. Tocar músicas que pouco o agradavam, somente para cumprir ordens, gastar seu vasto talento tentando entreter um bando de idiotas que nunca dariam valor ao seu trabalho. Era isso que ele queria de verdade?

Tudo bem, as noites as vezes rendiam algo a mais pra ele. De vez em quando, alguma garota assistia ele tocando e vinha falar com ele. Quando isso acontecia, era quase certo que no final da noite eles estariam transando em algum quarto por aí. Mas nunca passava disso, e na manhã do dia seguinte, as únicas companhias que lhe restavam era seu violão e seus cigarros. O garçom avisou que estava na hora de voltar a tocar. Ele apagou seu cigarro, bebeu de um gole só toda sua cerveja, e se dirigiu ao palco, pensando em qual música idiota ele teria que tocar agora. Ele odiava tocar essas músicas, mas o dinheiro no final do mês era o suficiente pra bancar as despesas, então ele suprimia seu desejo de tocar suas próprias canções em prol da garantia do emprego.Mas ele estava cansado disso tudo. E ele decidira a pouco que esta noite seria diferente. Pouco importava se ele perderia seu emprego, pouco importava se ele ouviria reclamações idiotas de seu patrão. Nesta noite, ele faria o que ele gosta.

Sentou no banco, pôs seu violão no colo e olhou pra "platéia". Como sempre, ninguém prestava atenção nele. Isso lhe deu coragem necessária pra tocar o primeiro acorde. E o segundo. E o terceiro. E numa seqüência perfeita de melodias, aproximou sua boca do microfone e cantarolou as primeiras palavras de uma de suas belas composições.Seu chefe lançou-lhe um olhar fulminante por tocar algo diferente do combinado. Mas ele não ligou pra isso e continuou com sua música. Nada mais importava naquele momento. Ele estava finalmente, fazendo o que gostava.Terminou o show daquela noite com uma rara satisfação. Nem mesmo os gritos e xingamentos que recebera de seu patrão puderam estragar o que ele sentia naquele momento. E as coisas ficaram ainda melhores quando uma bela garota se aproximou dele, elogiando aquela música que ele tocou quando voltou ao palco. A noite hoje prometia..."


Rafael Puime vive em Juiz de Fora, é músico por hobby e conhece bem o universo do barzinho. Obrigada por ceder a belíssima crônica para o Blog do Barzinho. Leia mais trabalhos dele no blog Carpe Diem (www.rafaelpuime.blogspot.com)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Às vezes não dá...2

No post anterior, vimos que, às vezes, o músico fica numa saia justa por não saber alguma música pedida pelo público. Acompanhem a situação em que esse amigo do meu amigo acabou se envolvendo.

Vamos à reconstituição em guardanapos da história que aconteceu esse amigo do meu amigo... praticamente um "Linha Direta" blogueiro, pois os bilhetinhos originais foram jogados com muito gosto na lata do lixo.


Estava esse amigo de um amigo meu fazendo o seu som em uma casa em que ele nunca tinha tocado antes. Tudo estava correndo normalmente, até que chega-lhe às mãos o seguinte pedido:





O amigo do meu amigo, educadamente, pediu desculpas no microfone


- Sinto muito... essa eu vou ficar devendo. A pessoa que pediu essa, por favor, peça outra que eu vou tentar!


Uns poucos minutinhos depois, veio um outro guardanapo com os seguintes dizeres:




O músico respirou fundo, engoliu o sapo-boi e combateu o nervosismo com profissionalismo. Levou o show normalmente (o show não pode parar!) e, quando tudo parecia bem, mais uma "delicadeza":







Como fizemos a reconstituição a la "Linha Direta", não poderia faltar o depoimento!


"Juro que fiquei muito, mas muito p... da vida. Mas a casa era nova pra mim e já era fixa, eu estava fazendo um bom trabalho (tanto que toco até hoje por lá). Não seria legal bater boca com um cliente. Acontece que, ao não bater boca, a coisa te remoe!!! Eu, de madrugada, já deitado pensando: 'Caramba, meu repertório tá com mais de 200 músicas. Canto de tudo e o cara me xinga por causa de uma música da Zizi Possi!!'. Viro para outro lado e penso de novo: 'Caramba, já acompanhei vários cantores nesta cidade!! Mais velhos e mais experientes que eu!! Não me lembro de ter tocado uma vez só Asa Morena com ninguém!!! Nunca. jamais!!!'. Viro de novo!!!Sentei na cama e tive o último pensamento que finalmente me trouxe a paz: 'Em homenagem aquele gentil senhor, decido o seguinte: JAMAIS EM MINHA VIDA, POR MOTIVO NENHUM, NEM QUE ME PAGUEM TOCAREI ASA MORENA!!!!A Zizi Possi, (que canta muito) há de me perdoar!!!!!'. Dormi legal."


É, minha gente... uns agüentam desaforo do chefe... músico recebe-os via guardanapo...






PS: Essa é uma das histórias que o Edy, músico de São José dos Campos, cantor, baixista e violonista tem pra contar! Mande a sua para nós também! E muito obrigada, Édy! Espero que a criatura da "Asa Morena" tenha voado pra bem longe com seus desaforos! Sucesso pra você!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Às vezes não dá... 1

No primeiro post do marcador "Toca Raul", eu falei sobre a alegria de tocar uma canção que agrade a todos... mesmo quando a gente já não agüenta mais interpretá-la.

Em contrapartida, há momentos de decepção quando não sabemos o pedido de música que vem, caprichosamente, escrita no guardanapo.



"Cantora, estamos aqui por causa da sua música, porque a grana tá curta, mas vale a pena. Sorte pra você na sua vida. Se der, a última: A lua que eu te dei - Ivete Sangalo. Beijos, Guilherme e Antônia"

Tem uns que, pra ajudar, colocam um trechinho da música como esse aqui:




"Parabéns, seu repertório é muito bom MARAVILHOSO. Por favor, toque essa música que não sabemos o nome: Marisa Monte - e no meio de tanta gente eu encontrei você, entre tanta gente chata sem nenhuma graça"

Mas tem horas que não dá...

A gente fica sem graça, pede desculpas, oferecemos outra música do mesmo cantor, procuramos um jeitinho de não decepcionar. Na maioria das vezes, tudo se resolve bem. Mas um amigo de um amigo meu passou por um aperto lascado por causa dos famosos pedidos no guardanapo...



Veremos no post acima!

sábado, 5 de janeiro de 2008

Férias?

Sim, eu tentei! Já que passaria quase uma semana na praia (a contragosto), achei que seria um tempo de férias totais do barzinho. Férias são bem-vindas e, muitas vezes, mais uma questão de necessidade do que luxo. Dando um tempo no repertório e na rotina, na volta, a gente acaba retornando com mais pique e até com uma certa saudade do que, antes, parecia que tinha virado tortura. Estava eu, então, lendo tranqüilamente e estava começando a bater aquele soninho gostoso quando escuto uma voz masculina, acompanhando-se ao violão (a todo volume) cantando:

- E eu não sei paraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar de te olhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar... não sei paraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar... de te olhar...



Mesmo tendo certeza do que iria ver quando abrisse a janela, não queria acreditar. Mas fui certificar-me da origem daquele som tão absurdamente familiar do qual eu não queria chegar perto naquela semana:

- Eu mereço! Abriu um barzinho na esquina!

Ouvi um "toca Raul!" ainda sóbrio. Eram cerca de nove da noite. O som seguiu com uma boa qualidade (o músico era muito bom) e um volume altíssimo até cerca de duas e meia, três da manhã. Trabalho puxado, com poucos e curtos intervalos. Acabei ouvindo o show inteiro (não dava pra não ouvir) e só não gostei de uma seqüência meio bizarra de "Volare" com "Praieiro" (!!!!). Também tentei tapar os ouvidos a todo custo quando começou uma seqüência de Ira!, mas aí a culpa não foi, de modo algum, do músico - eu é que detesto essa banda. Principalmente a música do "um metro e sessenta e cinco de sol". Existem formas bem mais inteligentes de homenagear uma mulher baixinha a quem se ama... mas isso não vem ao caso.

No dia seguinte, conversei com a dona do lugar, perguntando se não dava pra abaixar um pouquinho o volume do som. Bastante solícita, ela me contou que, muitas vezes, ficava no pé do músico pedindo pra abaixar e, quando virava as costas, o cara sentava o dedo no botão de volume. Sei que ela não mentiu - ou por falta de retorno adequado, ou por pura teimosia, o pessoal faz isso mesmo. Soube, também, que a paga era por entrada (em outras palavras, uma merreca, pois o bar era pequeno). Muita gente aproveitava para sentar-se no quiosque em frente, tomando uma cervejinha mais barata e curtindo o som do mesmo jeito - e vi alguns até pedindo músicas! Ou seja: o público pagante era só uma pequena parcela do público total pois, querendo ou não, além do pessoal do calçadão, no mínimo dois prédios (entre eles, onde eu estava) ouviam perfeitamente tudo o que era executado. E, como todos sabem, no fim/ começo de ano, a praia é um lugar bastante lotado.

Depois das três, com um relativo silêncio quebrado freqüentemente por criaturas ouvindo funk carioca no último volume em seus carros, conseguia pegar no sono. Caramba! Meu trabalho me persegue!

PS: Esse macaquinho é tudoooooooo!!! Diz aí!!!