segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mártires modernos


Amy Winehouse é a criatura martirizada da vez. Neste começo de fim de década, ela foi eleita para expurgar os males da sua geração com seus próprios tormentos. Toda a imprensa procura suas imagens em momentos de loucura, fragilidade, dor e decadência. Existem "bolões" que especulam a data de sua morte. Existe uma indústria paralela se alimentando de toda a tristeza dessa moça.
Acho que, posto isso, cabem algumas questões. Por que Amy foi a escolhida desta vez? Por que sempre existe essa necessidade de se achar o mártir de uma geração? Por que que, quanto mais alguém nessas condições se aproxima do fundo do poço, maior parece ser a torcida para que essa pessoa se detone de vez?
Vamos tentar responder aos poucos.
Quem tiver sugestões e quiser deixar seu ponto de vista nos comentários, esteja à vontade! A tribuna é de vocês!

sábado, 5 de julho de 2008

A propósito

Você, musicista, o que costuma responder aos idiotas que vêm com essa cretina e manjadíssima frase de mau gosto:


- Toca uma pra mim?



Toda musicista já ouviu isso... e, se não ouviu, já pode ir preparando uma resposta, pois, pode ter CERTEZA de que, infelizmente, VAI ouvir.

Paquera de bêbado - round 1 (fight!)

Introdução feita e comentada alguns posts abaixo, vamos às histórias cabulosas.



Uma amiga de um amigo foi tocar em um lançamento de um livro. Festa open bar. Uísque importado, cerveja da mais cara, champanhes, vinhos, vodcas... tudo do bom, do melhor e com fartura. Não deu uma hora de festa e 97,5% das pessoas do recinto estava caindo de bêbada (os outros 2,5% eram os músicos que tocariam depois e os garçons). Casa absolutamente abarrotada (diz que tem um rega-bofe de graça pra ver se não lota!), mal se podia andar lá. Esse era o cenário.

O show dessa amiga de um amigo foi um sucesso! O público realmente curtiu o repertório, aplaudiu bastante, pediu bis. Ok, estavam bêbados, mas o importante é que gostaram. Feliz, após terminar seu set, teve que encarar a muvuca etílica para ir até o caixa receber sua paga. Foi um trajeto, digamos, peculiar.

Dois garotos que, provavelmente, tinham acabado de fazer dezoito anos e estavam ainda levemente alcoolizados, disseram que ela era linda, cantava divinamente e merecia um beijinho duplo em cada bochecha. Simpáticos. Quiseram até tentar puxar papo mas, ao virem uma aliança DESSE TAMANHO na mão direita dela elogiaram mais uma vez o repertório, agradeceram a simpatia e a atenção dela, despediram-se e foram procurar quem estivesse a fim de uns beijinhos mais ao centro do rosto.

Esgueirando-se entre a muvuca, um camarada bastante bêbado pediu um selinho. Se ela estivesse fumando, provavelmente, o álcool do bafo, ao encontrar a brasa do cigarro, queimaria seu rosto. Seguiu-se o brilhante diálogo:

- Na boa, cara. Eu tenho namorado!
- Mas ele não tá aqui!
- Mas eu amo meu namorado. Não vou beijar nem você nem ninguém.
- Mas faz de conta que eu sou o Vesgo (do programa Pânico na TV)
Deu uma desculpa qualquer e largou o mala falando sozinho.

Quase em frente ao caixa, perto do balcão, viu uma das garçonetes tentando desesperadamente convencer um sujeito de que não, ele não poderia pegar a garrafa de vodca e beber no gargalo. Com aquele bafo de posto de gasolina, dirigiu-se à musicista:

- Ei, era você que tava tocando! Toca uma pra mim?

- Em primeiro lugar: não vou tocar a primeira porcaria que me aparece na frente. Em segundo lugar: tenho namorado.

- Mentira! Eu sei que você quer me beijar!

- Não cara, na boa, não quero te beijar.

- Então eu vou te morder!

E não é que o imbecil pegou a mão dela e mordeu? Não chegou a machucar, mas não foi muito leve, não! Os amigos o levaram embora antes que o segurança da casa o fizesse. Pediram mil desculpas a ela que, sem acreditar no que aconteceu, disse apenas que tudo indicava que já tinha passado da hora de ele ir para casa.

Conseguiu pegar seu dinheiro e, aos trancos e barrancos, conseguiu sair do barzinho.