sábado, 29 de novembro de 2008

Aniversário do Blog do Barzinho



Puxa vida, que desnaturada! Nem me lembrei que, no último dia 27, o Blog do Barzinho completou seu primeiro ano!



Antes de soprar a velinha, aproveito pra agradecer MUITO a todos vocês que se divertem, se distraem e se emocionam aqui. Agradeço aos novos amigos que fiz graças às histórias (todas verdadeiras) que aqui estão. Agradeço aos velhos amigos que sempre vêm dar uma forcinha aqui e aos leitores anônimos que, mesmo sem comentar, não deixam de visitar esse espaço.


Espero que tenhamos ainda muitos aniversários (de preferência, não esquecidos...) e que vocês se divirtam cada vez mais por aqui!



Rá! Tim! Bum!


UPDATE


Ganhei um presente do pessoal do Ki-Locura! Olha só!





Como o show do Canuck's foi cancelado, assim que tiver outra data legal eu volto com a promoção "Leia o Barzinho e concorra a um chope pago por mim"!

A arte de irritar um músico profissional - no show

Mais um post da série "A arte de irritar um músico profissional". Transforme o palco em um inferno seguindo as dicas abaixo!




Pô bicho, szabe que que é? Tô muito loooooooco!




Beba até perder a noção do ridículo. Erre todas as músicas. Pare o show para fazer strip-tease. Derrube cerveja nos instrumentos e equipamentos de seus companheiros de banda e no cabelo daquela patricinha que sempre fica na frente do palco. Faça do seu amplificador um trampolim. Caia em cima da bateria - ou em cima do que quer que seja. Master: vomite no palco.


Pô bicho, sabe que que é? Esqueci um negócio e vou ter que voltar pra buscar!




Sugestões de coisas interessantes que você pode esquecer para atrasar o show:

- Baterista: monte a bateria inteira e se dê conta de que esqueceu o pedal do bumbo na porta de casa. Esquecer as ferragens, os pratos, a caixa e as baquetas também são boas opções.

- Guitarrista: esqueça o cabo do amplificador. Ou melhor, esqueça o amplificador.

- Baixista: esqueça o cabo do baixo e ligue o instrumento em linha, embolando todo o som.

- Tecladista: esqueça a fonte e fique tocando meia-lua (aquele pandeirinho idiota) no cantinho do palco. Nível master se a banda for de rock dos anos 50.

- Violonista: esqueça a bateria do pré-amp e arrebente a mão tocando com toda a força.

- Vocalista: esqueça o cabo do microfone ou as pilhas do microfone sem fio. Aliás, esqueça o microfone também. Se você é daqueles que não andam sem a pasta de letras, esqueça a estante e equilibre a pasta numa cadeira.

- Violinistas/ violistas/ cellistas/ contrabaixistas: esqueçam o arco.

- Saxofonistas/ clarinetistas: esqueçam as palhetas.

- Trombonistas/ trumpetistas: esqueçam os bocais.


Pô bicho, sabe que que é? Nem rola passar o som!



"Passagem de som? Regular volume? Regular timbre? Chegar antes? Pra que isso?! Não tem mistério, é só chegar e tocar!" - diga isso com a maior naturalidade do mundo. Vá buscar sua namorada em casa, do outro lado da cidade, e chegue em cima da hora. Master: seja o responsável por levar todo o equipamento da banda.


Pô bicho, sabe que que é? Não tô me ouvindo!



Ensurdeça seus companheiros de palco e o público aumentando o volume a cada música. Encubra completamente a voz e qualquer instrumento solista. Esmurre a bateria, coloque o volume do seu amplificador no 10, queira aparecer sozinho. Master: saia no tapa com quem o mandar abaixar o volume.



Pô, bicho, sabe que que é? Esqueci esse lance da roupa!




Não vá com o figurino que a banda combinou. Vá de terno se todos combinaram calça jeans. Vá com uma bermuda camuflada, seus tênis mais velho e uma camiseta desbotada quando combinarem smoking. Vá todo de preto quando combinarem as cores (e vice-versa). Master: pegue a roupa de alguém emprestada e toque parecendo um espantalho.


Siga esses passos e faça a vida de um músico mais infeliz! É tiro e queda!


sexta-feira, 28 de novembro de 2008

"Finalmente, o Bar" - Dueto com Rodrigo Yoshizumi

E Rodrigo Yoshizumi, do Espaço em Branco, sobe ao palco do Barzinho para dar uma canja com seu texto "Finalmente, o Bar"! Rodrigo canta entre aspas, Giovana canta em itálico!


"Algumas garrafas de Heineken podem nos fazer pensar “verdadeiras verdades”. Depois de descarregar os duzentos quilos de preocupações que fizeram os meus últimos dias realmente ruins, pude ter uma hora (literalmente uma hora, logo depois da aula de Tecnologia em Rádio e TV) para relaxar em um bar."

Aceitar um emprego diurno foi uma decisão baseada em "verdadeiras verdades" medidas em números de shows desmarcados, contas a pagar e anos vividos sem a sonhada independência. Teve medo de, um dia, se ver presa naqueles montes de siglas, teclas e procedimentos. Seus últimos dias não foram ruins, muito pelo contrário. Mas dava medo de pensar na hipótese de aquela rotina, de repente, subtrair a artista de si mesma. Mas, na quinta-feira, teria 3 horas para tocar em um bar e ser simplesmente o que sempre foi (e o que sempre quis ser): uma musicista.




"As garrafas de Heineken não foram para mim (uma bela forma de contar que os meus amigos beberam também!). Só uma batida, algumas batatas fritas... mas foi o suficiente. A semana passou. Depois de cerca de 15 horas viajando de metrô, cruzando a cidade, de gastar cerca de cem reais no vale refeição, de entregar trabalhos, de fazer seminários (nada me desagrada mais na faculdade do que seminários), de trabalhar bastante, de matar algumas aulas (para fazer os malditos trabalhos), de cafés (muitos cafés por sinal, por causa das quatro horas diárias de sono), de muito estresse... A semana acabou! E novembro, graças a deus (sem conotações religiosas), também está para acabar. Junto com ele, as aulas... e o ano!"

Muita água e duas maçãs por dia. Isso é imprescindível para quem trabalha em locais com ar-condicionado. Foi a mais atípica semana de sua vida: 10 horas entre ônibus, metrôs e terminais, marmitas, seus quatro anos de estudo de espanhol e seis de inglês de volta em um minuto, cafés (muitos cafés, por sinal, por causa das quatro horas diárias de sono), do estresse que toda mudança provoca. Agora, a semana acabou! E novembro também está para acabar. Junto com ele, o ano! Conheceria, então, duas novidades: salário fixo e parcelas de décimo-terceiro. Nada mau!




"Só posso dizer que o Natal nunca foi tão sonhado para mim. Vai significar o fim do ano de 2008! Mas calma, ainda não é hora de discutir isso. Deixa para o fim de dezembro mesmo! Bom, finalmente o bar. O simbólico bar. Porque bar pode significar muitas coisas. Mas no momento, para mim, significa apenas que pude sair um pouco da minha rotina."

Não saberia se seu plantão seria no Natal ou no Ano-Novo. Seja como for, vai significar o fim do ano mais surpreendente da sua vida. Mas ainda não é hora de discutir isso. Deixa para o fim de dezembro mesmo! Bom, finalmente o bar. O simbólico bar. Porque "bar" pode significar muitas coisas; mas, no momento, significa apenas voltar à sua amada rotina.


quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Trabalho

Tudo bem, gente?

Eu estou um pouquinho louca nesta semana, fazendo treinamento para meu novo emprego (e indo ao dentista, dando aula, tentando estudar, dormindo mal, etc.) e ainda não consegui organizar decentemente meu tempo para blogar.


(Via Bichinhos de Jardim)


Mas na SEXTA-FEIRA temos várias novidades por aqui pra descontar o tempo perdido, ok?

Enquanto não temos novos posts, vou aproveitar para convidar todo mundo a conhecer meu trabalho musical nos seguintes links:

Gi Vincenzi e Banda Imaginária é meu trabalho próprio - previsão pra lançamento do CD Cinco Minutos de Fama em 2009 (ou não). Vídeos, release do CD (ou não), fotos e 6 das faixas que estarão no álbum.

Giovana Vincenzi é como assino meu trabalho com covers. Release, fotos, vídeos e covers de Survivor, Cassia Eller, Ana Carolina, The Pretenders, Janis Joplin e Djavan.


Espero que todo muito goste!

Beijos e até sexta-feira!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Seresta do recomeço




Não havia mais razão para a seresta. Na janela, não mais Beatriz mandava seus beijos. Os olhos da musa não mais brilhavam. A saudade lancinava-lhe o peito e impunha-lhe um impiedoso nó na garganta.

Foram 54 anos de amor e quatro filhos criados; ou, como ele prefere dizer, "mais de meio século de namoro e quatro frutos desse amor". Lamentou o fato de três, dos quatro filhos, terem desmanchado seus primeiros casamentos. Mostrou Beatriz em sua juventude - belíssima - guardada em preto e branco na carteira. Mostrou um bilhete escrito em letras miúdas e caprichadas:

- Os cabelos embranquecem e nosso amor nunca envelhece. De sua eterna namorada.

Lágrimas.
Mas acreditava no céu e Beatriz estava lá, muito bem aconchegada. Ela, certamente, continuava a ouvi-lo... e mais certamente ainda não o queria triste. Era preciso cantar, mais que nunca era preciso cantar. Cantar para Beatriz, cantar para a vida, cantar a bênção e o privilégio de quem experimentou o verdadeiro amor infinito enquanto durou.

Então, aos 77 anos, uma ano e meio após a última seresta, ele subiu, glorioso, ao palco do barzinho, a convite de uma grande amiga. A voz inigualável um pouco trêmula, mas ainda lindíssima, com a potência e magia que só a voz dos seresteiros legítimos carregam.


- Esses moços, pobres moços... ah, se soubessem o que eu sei!

domingo, 23 de novembro de 2008

A arte de irritar um músico profissional - ensaio

Pô bicho, sabe que que é? Nem deu pra tirar as músicas!


Chegue sem ter a menor idéia de nada. Peça para alguém colocar a música para você tirar na hora. Diga que tirou e, na hora de tocar, toque tudo errado. Espere alguém perguntar o porquê de você não ter tirado as músicas e responda que esqueceu, ou que não teve tempo.

Master: Faça isso próximo a um show, com um repertório ainda inseguro.



Pô, bicho, sabe que que é? Nem deu pra ir!




Não vá ao ensaio e não avise ninguém. Deixe o celular desligado ou deixe os trouxas da banda ligarem até dar caixa postal. Não pegue os recados. Não ligue no dia seguinte para dar satisfações. Deixe um outro trouxa te ligar pra perguntar o que aconteceu. Dê uma desculpa esdrúxula do tipo "roubaram o som do meu carro e não deu pra eu sair".

Master: Faça o resto da banda desmarcar compromissos para ensaiar e não dê as caras.



Pô, bicho, sabe que que é? Nem rola levar pra arrumar!

Mantenha seu instrumento em péssimas condições. Sugestões:

Bateria: deixe as peles em estado deplorável. De preferência, rasgadas. Toque com o pedal do bumbo quebrado, de forma que, no meio da música, ele quebre de vez. Toque com pratos rachados, de modo que pareça ter uma casacavel em cada um. Quebre todos os pares de baquetas.

Guitarra e baixo e violão: deixe bem desregulado, de forma que não afine de jeito nenhum. Toque com as cordas apodrecidas e enferrujadas. Use cabos quebrados, ou deixe o jack (parte onde o cabo é plugado) solto ou com mau-contato, de modo a fazer aquele barulho insuportável de estouro toda hora. Deixe seus pedais de efeito todos desregulados. Deixe o amplificador com o pior timbre possível. Toque o mais alto que o amplicador permitir.

Teclado: deixe-o com mau contato na fonte. Tenha pelo menos uma tecla que esteja com defeito e não toque - de preferência, em um solo. Tenha o pior banco de timbres possível.

Microfone: tenha um cabo podre para ligá-lo. Deixe o botão "on-off" quebrado para que o microfone desligue e ligue a hora que bem entender. Derrube-o diversas vezes para amassá-lo bem e deixar com um som bem abafado, como se estivesse cantando em uma privada.


Pô bicho, sabe que que é? Se eu não deixo o celular ligado minha mulher briga comigo!
Gaste todos os seus créditos na hora do ensaio. Fale com sua mulher, namorada, etc (ou com seu marido, namorado, etc) a cada meia hora. Discuta a relação por telefone. Quando aquele seu tio ligar pra tirar sarro porque o seu time perdeu, enrole bastante - inclusive cobrando aquele churras que, há tempos, ele diz que vai fazer no seu aniversário. Pergunte sobre a família inteira. Discuta relatórios com seu colega de trabalho.

Master: Brigue quando alguém pedir pra você desligar ou quiser continuar tocando enquanto você fala


Pô, bicho, sabe que que é? Nem tô a fim de tocar hoje!


Ensaie com toda a má vontade do mundo. Toque olhando para o relógio. Fique de cara fechada e não olhe nos olhos de ninguém. Erre sempre no mesmo pedaço e não se preocupe em corrigir.

Master: Quando alguém perguntar se está tudo bem, diga que está tudo ótimo e só está tocando de má vontade mesmo.


Pô bicho, sabe que que é? Não rola uma pausa pro cigarro?


Pare, no mínimo, umas quatro vezes por hora pra fumar. Fume saboreando cada milímetro de nicotina, sem um pingo de pressa. Se possível, jogue a fumaça em si mesmo para voltar empesteado com o cheiro de cigarro.

Master: Tenha a falta de educação de fumar dentro do local de ensaio, de preferência ao lado do cantor.



Siga essas dicas com freqüência para aumentar o estresse de um músico profissional! Claro que, uma vez ou outra, um deslize a gente pode perdoar, desde que consigamos perceber que é uma eventualidade ou uma necessidade casual (como deixar o celular ligado um dia em que tenha uma emergência). Quando vira uma constante por pura má vontade, aí já não tem a menor condição. Rua!

sábado, 22 de novembro de 2008

22/11 - Dia do Músico

Em 22/11 de 1599, achou-se em uma cripta da Europa um corpo inexplicavelmente conservado, de uma mulher que viveu e morreu no século II.

Essa mulher, chamada Cecília, teve a seguinte história de vida:

Cecília converteu-se ao Cristianismo quando ouviu, pela primeira vez uma melodia cantada por anjos que apenas ela percebeu. Vivia o Cristianismo às escondidas. Sua família, da nobre sociedade romana, arranjou casamento, como de costume, com um cavalheiro da época, Valeriano. Cecília não só converteu o marido à sua religião como também o seu cunhado (Tibúrcio) e um monte de gente. Dedicavam-se aos pobres, faziam caridade e mantinham uma vida casta. No entanto, o Império Romano não era nada simpático ao Cristianismo e, depois de matar Valeriano e Tibúrcio, Cecília também foi condenada à morte por asfixia.

Trancaram a mulher numa sala de vapor... e ela simplesmente cantava louvores a Deus, cantava, cantava... e nada de morrer. Furioso, o poderoso Almachius ordenou que ela fosse degolada. No entanto, o carrasco não conseguiu cortar sua garganta com os 3 golpes permitidos por lei e Cecília agonizou durante 3 dias até, enfim, morrer. Dizem que ela conservou um sorriso no rosto.




Que nunca deixemos de ouvir a voz de nossos anjos. Que nenhum carrasco consiga cortar nossa garganta quando quisermos nos expressar. Que consigamos manter nossa arte intacta segundo nossos ideais, seguindo o que temos por verdade, e que consigamos viver sem abrir mão disso.

Que a música continue, todos os dias, salvando nossas almas e que nossa obra transceda a morte do corpo e permaneça viva em toda alma que tocar.

22 de novembro - Dia do Músico

Vivaaaaaaaaaa!!!!






Nunca na história desse blog tivemos tanta gente por aqui!!! Ontem, dia 21/11, tivemos quase 3.000 visitas no nosso Barzinho!!!! E hoje também tem um montão de caras novas por aqui também!!!



Isso merece um brinde! E quero dedicar essa marca histórica aos leitores "velhos de guerra", fregueses da casa que sempre estiveram por aqui e, principalmente, ao DJ RAFAEL MENDES, do BOBAGENTO, que publicou o link do post "Como sacanear um vizinho músico" e fez o Barzinho bombar!!!!



Vivaaaaaaaaaa!!!!!!



Sejam todos muito bem-vindos! Quem aparecer no show do Canuck's Pub (dia 28/11, às 19:30) ganha uma música com dedicatória e concorre a um chope Braumeister por minha conta!

Tá bom... eu sei que é pouquinho... mas é de coração!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A arte de irritar um músico profissional - introdução

"Pô bicho, sabe que que é?"

Quando essa frase sai da boca de um músico é porque lá vem desculpa esfarrapada. Aliás, músicos são um dos únicos seres na face da Terra que ainda referem a alguém falando "bicho", essa gíria tão vintage, também muito usada deslocando a sílaba tônica ("bichô").Por mais que muitos ainda não acreditem, ser músico é um trabalho que, para ser bem feito, exige responsabilidade. Muitas pessoas encaram como uma atividade secundária - e não há nenhum problema nisso desde que haja comprometimento. A partir do momento que alguém toma a decisão de apresentar sua música, passa a ter algumas obrigações que precisam ser cumpridas. Isso exige uma postura profissional, independente de a música ser ou não a principal fonte de renda.

Em todas as áreas existem bons e maus profissionais e, na música, a maioria dos maus profissionais peca não por não dominar sua arte, mas pela displicência com que encaram seu ofício. Chega a doer quando você se empenha em um trabalho, dedica seu tempo, sua energia e, principalmente, sua carga emocional para ouvir alguém da banda chegar ao estúdio no dia do ensaio e dizer:



- Pô bichô, sabe que que é? Eu esqueci quais eram as músicas que a gente combinou de tirar pra hoje! Que que a gente tinha combinado de ensaiar mesmo?

Tem coisas que podem ser relevadas uma vez ou outra. Mas, quando vira uma constante, passa a ser um problema sério.


Nessa terapêutica série, o Blog do Barzinho traz, passo a passo, a arte de irritar um músico profissional. Veremos como o "pô bichô, sabe que que é?" e seus complementos estraga bandas, faz muita gente perder o emprego e muitos músicos sérios perderem a cabeça.


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Repertório anos 90 para barzinho

Continuando a saga, alguns hits dos anos 90 que fazem o povo cantar junto no barzinho! Trilha sonora testada e aprovada pela galera do happy hour!

Chuck Norris aprova esse repertório

Vamos começar com os grandes clássicos nacionais do barzinho que foram compostos e/ou estouraram na década do tetra:


Garganta - Ana Carolina

Ainda lembro - Marisa Monte

Mentiras - Adriana Calcanhotto

Malandragem - Cássia Eller

Pausa para uma observação que só essas quatro músicas nos permitem fazer, dado o número de vezes que nós, músicos de barzinho, tocamos essas canções:

O QUE SERIA DO REPERTÓRIO CLÁSSICO DO BARZINHO SEM OS ANOS 90?


O segundo sol - Cássia Eller

Tendo a lua - Paralamas do Sucesso

O poeta está vivo - Barão Vermelho

Catedral - Zélia Duncan

Na estrada - Marisa Monte


Mais cinco clássicos que figuram sempre entre as mais pedidas! Algumas gringas agora:

Black - Pearl Jam

Alive - Pearl Jam

Jeremy - Pearl Jam



A trupe de Eddie Vedder foi a mais pop das bandas grunges. Um medley dessas três músicas sempre agrada.

Plush - Stone Temple Pilots

Under the bridge - Red Hot Chilli Peppers

Patience - Guns 'n' Roses

Ode to my family - Cramberries

Linger - Cramberries

Wonderwall - Oasis

Ironic - Alanis Morrisette


Losing my religion - R.E.M.

Mr. Jones - Counting Crows

Fácil - Jota Quest

Garota nacional - Skank

Pescador de ilusões - O Rappa

A paz que eu não quero - O Rappa


E já temos uma primeira entrada recheada de sucessos! Aí é hora de tomar um fôlego e preparar o espírito (e o gogó) para tirar umas pérolas do fundo do seu baú. Essas serão as frases mais ouvidas:

- Nooooossa! (no sentido de "Que saudades dessa música!")

- Nooooooooossa! (no sentido de "Não ouço isso desde os anos 90!")

- Noooooooooooooooooooossa!!!!!!!! (no sentido de "Noooooooooooooooooooossa!!!!!!!!")

What's up - 4 Non Blondes

No rain - Blind Melon

Bagulho no bumba - Virgulóides

Noite preta - Vange Leonel

Two princes - Spin Doctors

Palpite - Vanessa Rangel

W/ Brasil - Jorge Ben (Jor)

Pérolas desenterradas, vamos rumo a um grand finale misturando mais clássicos da época e outras que a onda 90's virá coroar gloriosamente:

Tudo o que ela gosta de escutar - Charlie Brown Jr

Proibida pra mim - Charlie Brown Jr

I saw you say - Raimundos

Chopis Centis - Mamonas Assassinas

Me deixa - O Rappa

Te amo pra sempre - Kid Abelha

Ana Júlia - Los Hermanos

Me lambe - Raimundos

Mulher de fases - Raimundos

Robocop gay - Mamonas Assassinas


Deu vontade de colocar uma camiseta da Fatto, um tênis New Balance e ir pro barzinho?

Então mande sua sugestão de repertório 90's também! Que músicas dessa época você acha que ficariam legais em uma versão voz e violão?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A música dos anos 90 no barzinho: cult

Houve um tempo em que o rock internacional tirou o batom e o delineador, trocou a camisa de oncinha pela de flanela e cantou a tristeza de uma geração desiludida. O rock voltou a ser mais feroz, mais direto e sem frescuras. No Brasil, o rock perdeu de vez qualquer vestígio de inocência, falando escancarada e predominantemente de sexo e drogas... e fazendo piadas também. É claro que nos referimos aos...





Houve um tempo em que Alexandre Pires e Latino ostentavam bigodinhos. Um tempo em que Shakira cantava em espanhol e não parecia a Elba Ramalho, um tempo em que a mulher-objeto da vez não tinha uma fruta no nome artístico e exaltava sua baianidade (e, quando ganhou dinheiro suficiente, eliminou com plásticas e escovas progressivas todos os traços baianos e o cabelo pixaim).

Foi o início dos tempos em que a bunda se tornou o foco das paradas de sucesso, "pagode" passou a ser a música feita por homens de cabelos descoloridos, trajando ternos horríveis e fazendo passinhos ensaiados. Duplas goianas e seus cabelos mullet cantavam dores-de-cotovelo com suas vozes agudas (estridentes?) e venderam milhões. É claro que nos referimos aos...





Exatamente como o revival 80's, a tendência é que, o que era bom, recupere seu status glorioso e, o que era "lixo cultural", ganhe aura de "cult" e passe a ser o auge da trilha sonora das festas.



Todos voltarão a segurar o tchan, dançar na boquinha da garrafa e a passar por debaixo da cordinha - inclusive os que, na época, eram adolescentes roqueiros e detestavam aquela "porcaria"... e o farão não porque passaram a curtir axé e, sim, porque essa música trará as lembranças das primeiras festas, dos velhos amigos... talvez até do primeiro amor (ou do primeiro cigarro). A turma dos mais velhos vai se dividir: uns vão torcer o nariz, outros vão desafiar os bicos de papagaio e rebolar até o chão. A criançada e os adolescentes, com certeza, vão se divertir a valer com os tapas e beijos, pelados em Santos e baratas da vizinha. Aí está um guardanapo que recebi em um show em setembro para provar:



domingo, 16 de novembro de 2008

Post profético - 2009 em geral

Eu, Mãe Vânia Valerie (pronuncia-se "Valerrí"), visto meu manto, tiro o mofo do meu turbante, faço minha conexão discada para o além e recebo as seguintes informações relativas a 2009:



- O Corinthians não vai ganhar a Libertadores;

- algum assassinato chocante vai garantir a audiência dos programas "pinga-sangue";

- 99,9999% das pessoas não vão cumprir suas resoluções de fim-de-ano (principalmente a resolução de "emagrecer");

- 99,9999% dos políticos eleitos não vão cumprir suas promessas de campanha e,


TEREMOS UM REVIVAL DOS ANOS 90.



Agora eis que cai a conexão e, pra continuar descascando esse abacaxi, chamo a dona dessa banca. Saindo Lady Valerie (pronuncia-se "Valerrí") e entrando Madame Vincenzi.


Um, dois, três, salvo o mundo! Fui!








Valeu, Lady!

No início de 2008, foi lançado o excelente Almanaque Anos 90. O trabalho de Silvio Essinger é uma das mais poderosas ferramentas para esse revival - como foi o também excelente Almanaque Anos 80 para o revival de sua década.

Mais do que trazer à tona o tema "anos 90", a obra em si já é uma bela fonte de pesquisa do que iremos reviver em música, tevê, esportes (os 15 anos da conquista do tetra e da morte do Senna serão outros fatores que vão desencadear a moda), tecnologias, etc. É tudo o que os saudosistas entre 17 e 35 - querem para reviver sua infância e adolescência. Afinal, não só essa faixa etária é a predominante nas baladas: eles também ditam a moda (copiada pelos "coroas" para se sentirem mais jovens e pelos adolescentes para se sentirem "adultos") e são a maior parcela da população economicamente ativa, ou seja, é o povo que mais faz circular dinheiro.


E o que vai fazer esse povo sair de casa e tirar a mão do bolso é algo que mexa com seus corações, despertando memórias afetivas dos melhores momentos da vida: a infância (quem tem entre 17 e 21 anos cresceu vendo TV Colosso e Cavaleiros do Zodíaco) e a adolescência (quem tem entre 21 a 35 anos cresceu vendo Barrados no Baile e os primeiros programas da MTV). Temos aí o terreno perfeito para o revival desta década de 90.



Camisas de flanela e calças-bailarina voltarão às passarelas em "releituras atualizadas". "Vamp"," A próxima vítima", "Perigosas Peruas", "Quatro por Quatro" e outras novelas serão campeãs de busca no You Tube. Master System, Mega Drive e Nintendo 64 serão cultuados novamente. Quentin Tarantino terá seus filmes mais alugados do que nunca... e todos os aspectos que um revival deve ter.



E aí vem a parte que nos toca: 2009 trará um revival musical BIZARRO... e muito divertido. De Nirvana a Mamonas Assassinas, de Raimundos a Só Pra Contrariar.



Quem viver verá. No próximo capítulo, a música dos anos 90 no barzinho.


sábado, 15 de novembro de 2008

Guardanapos acumulados

O Kiliano pediu... e aqui estão eles!!!


Recebi muitos pedidos ontem... mas a maioria gritados: Legião, Secos & Molhados, Marina Lima, Capital (Fátima), "Malandragem" ("aquela versão do acústico!"), Paralamas, Mamonas, Doors, Ira!, Cazuza ("Só as mães são felizes"), Engenheiros do Hawaii, "TOCA RAUUUUUUUUUUUL" e, no Canuck's, mais esses dois aqui: o primeiro eu toquei com o maior prazer; o segundo eu só fui ver agora que eu peguei o guardanapo pra escanear! Pata!





E, essa listinha abaixo eu recebi no Novotel. Lá também pediram Marisa Monte, Cassia Eller e ela, a indefectível "Garota de Ipanema"!




Vocês, músicos, que também quiserem mandar seus guardanapos, mandem ver!!!
E, se quiserem divulgar o trabalho/ sites/ shows aqui no Barzinho, mandem ver também!!!

Como sacanear um vizinho músico

Hoje de manhã, acordei com meu vizinho do 4º andar estudando Sultans of Swing na guitarra (eu moro no 6º andar), às 10:30 da matina. Fui tocar ontem à noite, voltei morrendo de dor-de-cabeça, com a garganta ruim, febre e estava louca pra dormir até meio-dia, mas o Dm-C-Bb-A do Mark Knopfler da Vila Mariana interrompeu meus planos...
Isso exigia uma vingança bem cruel... mas o que?



Toco a campainha e faço escândalo? Chamo a síndica? Coloco um som com funk no último volume em frente à sua porta? Passo por debaixo da porta uma foto da minha avó pelada? Jogo uma bomba de fumaça na porta e começo a gritar "Fogo! Fogo!"?

NÃO!!!! JÁ SEI!!!!


Só preciso de um papel, uma caneta e um barbante que alcance até a janela dele... prontinho! Agora é só descer o cartaz até o 4º andar...



Bad, bad girl!

Meu vizinho, que é gente boa pra caramba, não só riu muito da piada como afinou a corda e abaixou o volume.

Sacaneie você também o seu vizinho músico com um "Toca Raul" criativo e conte aqui no Barzinho como foi!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mais dicas de preparação: respiração

O ar é o combustível do canto e da fala. Quando ele passa pelas pregas vocais, faz com que elas vibrem e produzam um som, que é articulado na boca e tem sua ressonância nas cavidades bucais e do próprio crânio. Assim sendo, quanto melhor você direcionar o ar e ter consciência das suas áreas de ressonância, além de fazer menos força, você também vai ter uma qualidade de som melhor.

No canto, usamos basicamente a respiração diafragmática - já que o diafragma é uma espécie de "reservatório" de ar. Como aprendemos na aula de ciências, ele se localiza abaixo das costelas. Sabe quando inspiramos profundamente e a barriga estufa? É o diafragma enchendo-se de ar!

Um cantor deve treinar o controle da saída de ar do diafragma. Um dos exercícios mais "famosos" para isso são: inspirar profundamente e soltar o ar em "s", aumentando cada vez mais o tempo para isso (4 tempos, 8 tempos, 12 e assim por diante), sendo que o término do ar tem que casar com o término do tempo. Também usamos bastante o "stacatto": respiração profunda, enchendo o diafragma de ar e expirando-o em breves contrações do músculo.

No próximo post sobre saúde: ressonância do canto

UPDATE

Observação do Fabrizio, corrigindo os conceitos. Muito obrigada, cara!

"Ola! Adoro seu blog! O diafragma é um musculo, portanto ele nao tem como se encher de ar... Para inspirar podemos usar o musculo diafragma ou os musculos intercostais (costelas) para encher os pulmoes de ar. A respiracao diafragmatica é mais efetiva, portanto cansa menos e garante mais ar nos pulmoes. Grande abraco!"

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Redescobrindo a relação

Nada com um banho e um post para tirar o azedo de um dia passado na fila do Banco do Brasil pra abrir uma maldita conta! E esse foi só um dos desafios que virão nesta nova vida de assalariada.


É pra comemorar - e muito - conseguir um emprego em uma multi-nacional em plena época de crise mundial. E, ainda por cima, de meio período - o que vai me permitir continuar com todas as atividades musicais. Carteira assinada, benefícios, chance de crescimento... não tenho do que reclamar.


É impressionante como minha relação com a música mudou desde que fui efetivada nesse trabalho! Numa analogia "psicanalítica", é como se algo incendiasse novamente um casamento que tinha caído na rotina: muita obrigação, muita discussão e pouco tesão... e, de repente, me pego tocando violão e baixo, cantando, tirando músicas pelo puro prazer de tocar, não pela obrigação de ter estudar isso ou aquilo.


Voltei a tocar músicas que eu realmente gosto, não apenas as que eu preciso estudar para apresentar. Estou me sentindo na adolescência de novo, quando a primeira coisa que fazia quando chegava em casa era pegar o violão - isso quando não levava o violão pra escola e matava aula pra compor. Voltei a pensar em um show especial para lançar as músicas do "Cinco minutos de fama" (aliás, várias delas compostas nessas "cabuladas" de aula). Tirei dos ombros da música o peso de ser um ganha-pão para coroá-la com a condição exclusiva de "pura expressão da minha alma".



Com 14 anos. Tenho essa guitarra, essa camiseta e o violão à direita até hoje.


Acredito que também voltarei a compor com mais freqüência - pois terei uma toda uma realidade nova para explorar. Muitas pessoas novas pra conhecer (e cada pessoa é um universo). Novos conhecimentos, novos desafios, novas preocupações. Adoro isso.


Sou desde já grata à minha carteira de trabalho assinada. Não apenas pela graninha fixa no fim do mês, mas, principalmente, por salvar meu casamento com a música, que andava tão chocho!


E que comece o treinamento!