terça-feira, 27 de maio de 2008

"Oi, você vem sempre aqui?"

Novo marcador dedicado às inúmeras vezes em que o barzinho é o palco das mais absurdas, manjadas e, principalmente, bêbadas paqueras. Barzinho também é lugar de ciúme, desconfiança e da dança de olhares com segundas, terceiras, quartas e milésimas intenções - e, no meio dessa confusão, às vezes sobra justamente para o músico.

Aconteceu com uma conhecida, tocando em uma choperia de São Paulo: um casal jovem sentou próximo ao palco. Tudo muito bom, tudo muito bem: eles aplaudiam, olhavam, correspondiam a tudo o que rolava do no show. Até que, em um momento, o moço foi ao toalete, deixando a namorada (esposa, noiva, amante, whatever) sentada à mesa.

Na hora em que o homem saiu da vista da "cônjuge", o olhar dela tranfigurou-se completamente, fuzilando a cantora com um ódio ciumento desses de gelar a espinha. E que conste nos autos que essa minha conhecida, bem resolvida e bem comprometida, não estava, de forma nenhuma, jogando nenhum charme especial pra cima do cara. Um medo terrível daquele olhar! A "madame" espetava os morangos da sobremesa como se fosse um bonequinho de vodu, e, a cada espetada, sorria com o canto da boca.


Caçador idiota, o que está esperando? Quero o coração desta cantora agora! Mexa-se!

Isso durou até o moço chegar - e, quando isso aconteceu, a fisionomia de psicopata voltou a ser a de uma mulher normal. Foram embora um pouquinho depois, assim que ela terminou a sobremesa. E, na saída, ambos acenaram e cumprimentaram a musicista com um sorriso.

Quando ambos, de mãos dadas, já estavam de costas para o palco, ainda houve tempo para um último olhar. Lembram-se da última cena de Thriller, do Michael Jackson, em que ele vira para trás com cara de zumbi?


Foi exatamente do mesmo jeito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hehe... ciúme doentio, é mais comum do que pode-se vir a imaginar... Aliando uma bela mucisista... aí já viu!!!

Legal demais a forma que escreve! Muito engraçado: "Humor por alusão!"

Atéee!