quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Lei 11.769: Educação Musical

Nunca pensei que alguma coisa vinda do Planalto Central iria me surpreender tão positivamente quanto essa lei! Muito menos se isso tivesse vindo de alguém com o sobrenome "Sarney" e sancionado por alguém com o sobrenome "Lula da Silva".


Mas eis que parece que nem tudo está perdido e, em agosto, aprovou-se a lei que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino musical em toda a educação básica (ou seja, do infantil até o ensino médio). Na LDB, que fala da obrigatoriedade da "Educação Artística" na grade curricular, não há uma especificidade quanto ao segmento de arte a ser abordado - e a maioria das escolas opta pelas artes plásticas (e algumas chamam "Trigonometria" de "Educação Artística"). A 11.769 inclui definitivamente o ensino musical na grade curricular. As escolas terão 3 anos para se adaptarem a esse novo parâmetro. A lei também não estipula um conteúdo obrigatório, nem uma carga horária mínima. Já era hora, porém, há algumas coisinhas a se analisar com mais atenção a fim de que só tenhamos motivos para comemorar o fato de essa lei entrar em vigor.



Três anos é o tempo médio de duração do curso de Licenciatura em Educação Artística (habilitação em Música). Creio que os vestibulares este ano já serão bem mais concorridos do que quando eu prestei (2001) - mas não necessariamente mais criterioso. Uma boa parte do conteúdo de pedagogia musical que nos é passado no curso é muito, mas MUITO ultrapassada - levando em consideração que nos últimos 5 anos a indústria musical virou do avesso numa velocidade assustadora. Claro que todos os métodos podem ser reciclados e sofrer várias adaptações, mas, no caso da música, é preciso que se faça isso com urgência: não dá pra ficar passando jograis pra uma molecada que domina tantas mídias! Sem essa reciclagem, corre-se o risco de o tiro sair pela culatra e tornar o estudo da música algo chatíssimo e sem propósito.







Enquanto essa mudança não ocorre, cabe a cada professor de música que vai encarar uma sala de aula conhecer bem o universo musical dos seus alunos e adequar o ensino a cada faixa etária. E, principalmente, conseguir cativar o aluno que não tem aptidão ou vontade de aprender música.




Se essa lei for, de fato, cumprida e tivermos essa reformulação no modo como se ensina música, creio que teremos, em breve, uma geração um pouco mais criteriosa na hora de montar sua playlist!





A propósito: hoje irei deixar curriculuns em mais 4 escolas. Modéstia a parte, elaborei um curso de educação musical voltado para o Ensino Médio que está um arraso! Se algum coordenador/ professor/ diretor/ inspetor/ aluno se interessar, por favor, me escreva no gigia.vincenzi@terra.com.br para mais informações!


E deixo minha homenagem a todos os professores através do Mestre Madruga

4 comentários:

Neco Vieira disse...

ipsbom, pra quem tá dentro do sistema público é dificil de acreditar que seja tudo pra tão imediato...Meu neto ensinará.

Kiliano disse...

Oi! fiquei mt apaixonado pelo seu blog! atualiza! bjos

J. Lara disse...

Muito animadora a aprovação dessa lei, seria muito bom mesmo que os professores pudessem aguçar o gosto musical dos jovens e mostrar a diversidade que existe por traz do que toca nas rádios e aparece na tv, que é um universo muito limitado mas muitas vezes é só o que eles tem acesso.

Giovana Vincenzi disse...

Sobrinho querido, não sei se será tão imediato assim, mas será... o que é alguma coisa, né?

Kiliano, farei o possível pra reabilitar o blog de vez, tá? :o)

Jéssica, concordo com você! Quem quer sair desse universo limitado de rádio-tevê até consegue, mas haja esforço...
Embora eu, infelizmente, não tenha conseguido por enquanto nenhuma escola para dar aulas, tô muito feliz, de qualquer jeito, com a aprovação da lei!

Sejam sempre bem-vindos ao Barzinho! :oD