quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A banda errada, na hora errada, no bar errado - cap. 1

Noite de 19 de janeiro de 2001. Um Chevette e um Gol (ambos bem xexelentos) estão parados num beco em frente a um sobrado (mais xexelento ainda), no bairro do Belém. Os quatro ocupantes dos carros ouvem a transmissão do Rock 'n' Rio 3 na Brasil 2000 FM, na expectativa para o show do Iron Maiden. Afinal, não havia razão para desespero: eram quase 23:00 e estavam num lugar, escuro, deserto, cheio de instrumentos e equipamentos nos carros, com uns tipos suspeitos passando e o desgraçado do dono do bar, que marcou de estar lá às 21:00 ainda não dera as caras.

Mas quem eram eles e o que faziam lá?

Elementar: eles eram a banda Supernova, e estavam esperando para abrir o show de uma outra banda que conheceream em virtude da coletânea "Brazilian Pebbles" da Baratos Afins, da qual ambas participaram. Foi o guitarrista desta outra banda que procurou o líder da Supernova e ofereceu a oportunidade e fechou o negócio. Mesmo sabendo que haveria apenas uma ajuda de custo (e olhe lá), o pessoal se empolgou bastante com essa chance: afinal, o Supernova era uma banda de rock psicodélico totalmente sessentista fazendo som próprio - e tinha mais é que aproveitar todas as oportunidades para divulgar sua faixa na coletânea do selo que é tradicionalmente reconhecido como defensor do bom e velho (quanto mais velho melhor) rock 'n' roll. Então, eles pegaram suas roupas coloridas, seus instrumentos, e rumaram para o barzinho.

Chegaram ao bairro do Belém sem a menor dificuldade. Entretanto, na hora de achar a rua, começaram a dar voltas e mais voltas... e nada. Pararam pra perguntar no posto de gasolina e o frentista explicou onde era e mandou:

- Têm certeza de que vocês vão nesse beco?

Só pra confimar, perguntaram mais uma vez o caminho a um taxista que passava. Ele explicou e disse:

- Têm certeza de que vocês precisam ir lá a essa hora?

Sim, eles tinham duas certezas: a primeira é que eles preicsavam ir e a segunda é que eles tinham se estrepado de verde e amarelo. Enfim, já que estavam no inferno, nada mais restava senão abraçar o capeta. Toca procurar o número do bar. Nada. Letreiros? Nada. Perguntaram para a tia do cachorro-quente que estava parada em frente a um sobrado caindo aos pedaços:

- Por favor, a senhora sabe onde tem um barzinho de rock por aqui?

- Sei sim. É aqui mesmo.

Continua no próximo capítulo.

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