terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Quando a culpa também é do músico

Não adianta dizer que todos os contratantes são monstros aproveitadores e sem coração e que todos os músicos são profissionais que cumprem exatamente com todas as suas obrigações. A balança pesa para os dois lados e, se existe quem contrate músicos sem nos uma condição legal de trabalho, existem também um sem-número de (maus) profissionais da música que não fazem por merecer.


Mancadas de todo tipo estão no repertório: atrasos, intervalos muito maiores do que o necessário, abuso na cerveja na hora do trampo, chegar sem os equipamentos necessários para o show, indelicadezas com os clientes, furto de equipamentos... etc. Colocando-se no lugar do dono do estabelecimento, como não adotar medidas de restrição às liberdades do músico dentro do local depois de ver que uns dois ou três roubaram o seu pedestal de microfone? Como não colocar um limite na comanda depois que uns três ou quatro gastaram mais de cem reais em uísque, caipirinha, etc.? Continua sendo um erro a generalização de que todo músico é assim, mas em muitas vezes a gota d'água dessa relação de desconfiança é derramada por músicos pilantras (e não são poucos).


Mas a principal mancada ocorre cada vez que um músico desvaloriza o seu trabalho para ganhar uma gig... muitas vezes passado a perna em outro colega.


Em termos comerciais, nada mais é do que lei do mercado: existe uma concorrência e vence aquele que vender a mercadoria pelo menor preço. Também não existe, teoricamente, nada de ilegal nessa prática. Mas não é o fato de não ser ilegal que torna uma prática justa e, com o passar do tempo, esta lógica da "feira-livre" foi um dos fatores-chave que levaram à queda do padrão de cachês e estruturas.


Há muita coisa para se repensar no barzinho...







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