sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A arte de irritar um músico profissional - introdução

"Pô bicho, sabe que que é?"

Quando essa frase sai da boca de um músico é porque lá vem desculpa esfarrapada. Aliás, músicos são um dos únicos seres na face da Terra que ainda referem a alguém falando "bicho", essa gíria tão vintage, também muito usada deslocando a sílaba tônica ("bichô").Por mais que muitos ainda não acreditem, ser músico é um trabalho que, para ser bem feito, exige responsabilidade. Muitas pessoas encaram como uma atividade secundária - e não há nenhum problema nisso desde que haja comprometimento. A partir do momento que alguém toma a decisão de apresentar sua música, passa a ter algumas obrigações que precisam ser cumpridas. Isso exige uma postura profissional, independente de a música ser ou não a principal fonte de renda.

Em todas as áreas existem bons e maus profissionais e, na música, a maioria dos maus profissionais peca não por não dominar sua arte, mas pela displicência com que encaram seu ofício. Chega a doer quando você se empenha em um trabalho, dedica seu tempo, sua energia e, principalmente, sua carga emocional para ouvir alguém da banda chegar ao estúdio no dia do ensaio e dizer:



- Pô bichô, sabe que que é? Eu esqueci quais eram as músicas que a gente combinou de tirar pra hoje! Que que a gente tinha combinado de ensaiar mesmo?

Tem coisas que podem ser relevadas uma vez ou outra. Mas, quando vira uma constante, passa a ser um problema sério.


Nessa terapêutica série, o Blog do Barzinho traz, passo a passo, a arte de irritar um músico profissional. Veremos como o "pô bichô, sabe que que é?" e seus complementos estraga bandas, faz muita gente perder o emprego e muitos músicos sérios perderem a cabeça.


7 comentários:

Loucademiavirtual disse...

Quero saber o passo a passo de deixar um musico inritado sei que eu ja sei algumas afinal meu irmao e 1/2 musico ^^


http://www.ki-locura.blogspot.com/

Rodrigo disse...

acho que muito além de um músico levar o seu trabalho com responsabilidade, ele precisa mostrar ao público que o faz...

a postura no palco faz a música ficar mtooo melhor! :D

(pelo menos essa é a minha percepção de mero apreciador de música na platéia! hahah)

Rodrigo disse...

aliás, vc recebeu meu e-mail sobre aquela postagem do meu blog sobre bar?!

JC disse...

"Pô bicho, sabe que que é?", seu blog é muito bom.

=^.^=

Concordo plenamente quanto ao comprometimento. Já toquei com pessoas que por serem fãs de Nirvana e afins, pouco se importavam para ensaios e pensavam que era só se masturbar na hora do show que todo mundo bateria palmas. Deplorável...

E quando ao poema(?) "Flores de plástico", pode musicar sim... *-*

Se você o fizer eu até posto no meu blog com os devidos créditos.

Abraços e sucesso...

Giovana Vincenzi disse...

Muito obrigada, pessoal!!!

Valeu mesmo pelos comentários e pelo carinho!!!!

Giovana Vincenzi disse...

João, você não tem noção de quanta gente ainda tá nessa de "ah, não precisa ensaiar, na hora sai!"!!!

Alguns fãs de Nirvana são assim, outros não (eu, por exemplo, amo Nirvana e AMO ensaiar). Mas tem gente aí de TODOS os estilos com essa cabecinha: MPB, samba, classic rock...

Anônimo disse...

Olha, to visitando o blog porque o encontrei numa pesquisa pra preparação vocal. Aí, claro, fui passando pelos posts pra encontrar os que falam do assunto. Quis comentar em vários deles mas, pela pressa, achei melhor ir passando pra encontrar rápido o que eu tinha vindo buscar. Mas nesse tópico aqui, olha, não pude mais me calar!!!! É impressionante o que que é bicho músico né gente? É bem verdade: tem SEMPRE aquele que fala que não precisa ensaiar, e que na hora "o cosmos" ajuda. Se for o cosmos mesmo!

Ia contar uma experiência que aconteceu comigo, mas tava ficando muito grande, e ia parecer um blog dentro de outro blog! Só queria parabenizar você Giovana, por dividir as experiências. E eu sou louco pra me apresentar em barzinho (sou cantor), mas como só arranho violão e piano, e no momento não tenho como ir atrásde me aprofundar, fico dependente de quem toque pra mim. Enquanto não mudo a situação, a gente senta e aplaude pessoas como você, né não?!

Abração!